Vinte e três de setembro

Ultimamente tenho agarrado-me a tudo que me traga esperança. Ao novo dia, ao novo tom, ao novo sol, ao novo vento, ao novo olhar. Acreditar em algo tem tornado-se o propósito da minha vida. 
Vagarosamente o tempo passa, levando consigo algo perdido. Vinte e três de setembro, o início da primavera, onde a vida começa a pigmentar-se com várias cores através das flores e eu, um grão de areia no infinito, cubro-me com o arco-íris do céu para correr sobre os meus sonhos, sem norte ou forte para pousar. 
No lugar dos braços, crio asas para poder voar sem destino. No coração, um sentimento tão bom guia-me pelo universo, um pouco perverso, sem medo de não saber o que quer. Fantasio paixões e apego-me a cada momento como se, em um breve espaço de tempo, tudo fosse acabar. Tudo fica pequeno enquanto dou voltas pelos mundos, pulando a cada segundo de um planeta a outro. A vida, tão linda, fica mais bela ainda quando as cores, em harmonia, dançam universo a fora. 
Então, depois de toda essa viagem, abro os olhos e volto para meu lugar. Quando acordo, tudo tão sólido, tristeza de lembrar que apenas posso sonhar. 
A primavera trouxe consigo a beleza do infinito e, além de tudo isso, trouxe também a alegria de saber que eu não posso apenas sonhar, mas posso (e devo) viver.

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