E se foi...

Uma das piores sensações é ver tudo aquilo que foi construído durante anos se destruir em segundos. Machuca, corrói, destrói nossa alma. 
As palavras ficam intactas na boca, sem fôlego para sair. De repente, a gente sente um vazio, vai apenas caminhando sem conseguir formular um pensamento. Não há mais vida, cor, forma. Não há mais nada.
O cheiro de saudade invade a sala e envenena o pensamento. Pensar, pensar, pensar. Não há mais pensamento. 
A dor é quem deixa a casa quentinha e, depois de um tempo, já se torna familiar. Não precisa nem bater na porta para entrar, ela tem a chave e, quando entra, deixa seu perfume no ar. Ah, a saudade gosta do perfume da dor e resolve entrar na casa também. As duas formam um par belo que acotovelam-me no sofá. É torturante ver um amor assim. Cegam-me e ensurdecem-me. Nem as lágrimas conseguem chorar. Sim, essas duas conseguiram me calar.
Amor, ah o amor. Não é amor se me faz sofrer. Ou será que o amor enlouqueceu? De repente, é amor sim. Ou o pouco que sobrou desse tal amor.

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